Presidente da República quer mais crescimento económico e melhor distribuição da riqueza
O Presidente da República considerou hoje que a economia portuguesa tem de crescer mais para ser possível diminuir o número de pessoas em situação ou risco de pobreza e apelou também a uma melhor distribuição da riqueza. "Temos de crescer mais. No ano passado crescemos muito, este ano começámos bem mas decresceu no segundo e terceiro trimestre", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas. O chefe de Estado considerou também ser necessário "distribuir melhor aquilo que é a riqueza criada". "As ajudas sociais que foram dadas pelo Governo ao longo do último ano e meio, dois anos, por causa da guerra da Ucrânia e a manutenção do custo de vida, tudo isso é uma compensação e para muitas pessoas é essencial, mas não substitui o problema do crescimento da economia e do aumento dos rendimentos dos portugueses", defendeu. Marcelo Rebelo de Sousa acompanhou hoje a campanha de recolha do Banco Alimentar contra a Fome, como já é seu hábito, e visitou o armazém em Lisboa onde os alimentos são recebidos, contados e separados. Questionado sobre os problemas na saúde e na educação, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que o próximo ano seja “mais calmo” nas escolas e que “o esquema de gestão do Serviço Nacional de Saúde, que arrancou atrasado, possa recuperar”, destacando que “a saúde, a educação e a habitação são fundamentais para as pessoas”. O Presidente da República afirmou também que no próximo ano os portugueses "têm três momentos em que podem fazer as suas escolhas". "Os portugueses dos Açores pode acontecer que sejam chamados a votos mais rapidamente, os portugueses em geral já se sabe que serão chamados a votos também dentro de alguns meses e depois os portugueses e os europeus em geral serão chamados a pensar a situação da Europa, de que depende muito a nossa situação", elencou. Questionado se já tomou uma decisão quanto à situação nos Açores e à possibilidade de eleições antecipadas, Marcelo respondeu que é necessário esperar para "ver o que o Conselho de Estado diz no dia 11". Durante a visita ao Banco Alimentar contra a Fome, o Presidente da República disse acreditar que este ano será possível bater o recorde das doações do ano passado e assinalou que esta campanha "vai dirigir-se a 500 mil pessoas". O chefe de Estado lamentou que ainda exista “um milhão e 700 mil pessoas na zona da pobreza”, e destacou a generosidade dos portugueses nesta campanha. O Presidente considerou que “a pobreza mais chocante” é aquela que afeta particularmente crianças e idosos, mas assinalou também a existência de portugueses que trabalham, mas ainda assim vivem na pobreza. Marcelo Rebelo de Sousa ajudou na organização dos alimentos, tirou as habituais 'selfies' e ainda aproveitou para almoçar com os voluntários. A nova campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome arrancou na sexta-feira e vai decorrer até domingo, em todo o país, com o apoio de 40 mil voluntários. Em regra, o Banco Alimentar promove duas campanhas por ano que se destinam a angariar alimentos básicos para pessoas carenciadas, como leite, arroz, massas, óleo, azeite, grão, feijão, atum, salsichas, bolachas e cereais de pequeno-almoço.