"Os madeirenses precisam de casas para morar, não para especular", afirma Dina Letra
O Bloco de Esquerda, no âmbito do Movimento Casas para Morar, garante que "irá manifestar-se pelo direito à habitação e por uma habitação digna para todas e todas os portugueses", incluindo madeirenses, considerando que na Região o cenário "é preocupante" com os preços da habitação a aumentar todos os meses. A este respeito, Dina Letra, coordenadora regional do partido, afirmou que o Funchal, por exemplo, é a terceira cidade do país onde a habitação é mais cara. "São 2.976 euros por m2. Ao mesmo tempo os madeirenses têm, em média, os rendimentos mais baixos", reforçou, acrescentando que "os juros sobem e para muitas famílias quase que duplicou a prestação da casa". "E aqui estamos a falar de famílias da classe média que são quem tem condições para contrair empréstimos para compra de habitação própria. As rendas sobem em toda a Região, particularmente no Funchal, onde é quase impossível arrendar um T2 por menos de 1.000, 1.200 euros, muito mais do que os salários podem pagar. Somos confrontados frequentemente com quebras de contratos e com despejos, porque o senhorio pretende aumentar a renda para valores incomportáveis ou porque vai converter a habitação para alojamento local. Aumenta, por isso, a pressão e o sufoco das famílias que estão cada vez com mais dificuldades em pagar as suas contas, a renda da casa ou o crédito à habitação", referiu. Neste sentido, Dina Letra questiona: "O que tem Miguel Albuquerque a dizer sobre isto? O que tem feito o seu governo? O que têm o CDS e o PAN a dizer sobre isto?" "A resposta é clara: muito pouco e absolutamente nada, porque acham que está tudo bem. Tão bem que as duas únicas medidas que o PSD-M apresentou no debate sobre a habitação, no Parlamento nacional, foi a de manter os vistos gold e o alojamento local sem qualquer limite e controlo. Os deputados da Madeira, do PSD-M, não foram ao parlamento nacional defender os madeirenses e portossantenses nem o seu direito à habitação. Foram sim promover a construção de luxo; foram dizer que os senhorios podem continuar a expulsar as famílias das suas casas por pura ganância; isto é a prova provada de que o governo regional está submisso aos interesses imobiliários e à especulação", frisou. Dina Letra afirmou que a crise da habitação "é grave" e que "se acentua a cada dia que passa". Por isso, o Bloco entende que são necessárias medidas "urgentes, corajosas e concretas", que possam, no imediato, impedir que as famílias tenham de abandonar as suas casas, nomedamente controlar o preço das rendas, extinguir os vistos gold, acabar com os benefícios fiscais para a reabilitação de prédios que não se destinam à habitação e a limitação de licenças para Alojamento Local "Garantir o direito à habitação a quem vive e trabalha na Madeira essa será a luta do Bloco na Assembleia Legislativa Regional porque a Madeira, os madeirenses e porto-santenses precisam de casas para morar, não para especular", rematou.