2022-12-02 20:20:00 Jornal de Madeira

Albuquerque admite “internamento compulsivo” de alguns consumidores de ‘bloom’

O presidente do Governo Regional assumiu hoje que a presença do “bloom” na Madeira é uma situação “extremada” que “precisa” ser enfrentada, e admitiu que serão pedidas autorizações judiciais para internar "compulsivamente algumas pessoas". “Há um conjunto de pessoas que consomem ‘bloom’, essa droga que é barata, e, neste momento, temos é de enfrentar a situação. E como estamos a fazê-lo? Com equipas pluridisciplinares no sentido de integrar e tratar essas pessoas”, disse Miguel Albuquerque, à margem de uma visita ao “Mercadinho de Natal”, na placa central, no Funchal, e após uma reportagem da CMTV ter ontem alertado, de novo, para o problema na Região. No entanto, Albuquerque observou que o processo de “tratar e integrar” essas pessoas “não é fácil”, porque “a lei não determina, por atos médicos, o internamento compulsivo”. “Para internar uma pessoa dessas que está doente e dependente dessas substâncias, é necessário ter uma autorização judicial e, portanto, isso causa alguma dificuldade”, mencionou, dizendo que para já as equipas multidisciplinares “estão a tentar apoiar essas pessoas na rua e integrá-las, e não é nada fácil”. Sobre o internamento compulsivo, declarou que para “algumas pessoas" será pedido, porque há doentes que pelas circunstâncias do consumo "vão ter de ser tratadas em instituições. Não tenha dúvidas sobre isso”, afirmou, justificando que “no passado isso já aconteceu – eram internadas, eram acompanhadas”. Mas Miguel Albuquerque não quis assumir se os internamentos seriam “contra a vontade” desses consumidores. “Contra a vontade…? Isso depende de muitas circunstâncias. Não lhe sei dizer, porque isso está regulamentado pelos especialistas, eu não sou especialista nessa matéria”, justificou. Ainda assim, disse estar a ser informado que "uma das dificuldades muito grandes no tratamento é não poder haver o internamento e o acompanhamento de algumas dessas pessoas”. O chefe do governo justificou ainda que por hoje haver "mais dificuldade de entrar as drogas tradicionais na Madeira”, há, neste momento, “uma apetência” para o consumo de ‘bloom’ na Região, causando “efeitos devastadores no organismo dos consumidores”. Apesar de reconhecer o problema, o presidente do Governo reitera que a “situação não é generalizada” na Madeira, estando os casos “devidamente identificados”.

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