2022-07-01 12:35:00 Jornal de Madeira

Oceanos: Conferência da ONU em Lisboa termina hoje com declaração final

A adoção de um texto final, a Declaração de Lisboa, deverá marcar hoje o fim da Conferência dos Oceanos, das Nações Unidas, na qual se reconhece que é necessária mais ambição para salvar os oceanos. segunda sobre os oceanos, juntou em Lisboa cerca de 6.700 pessoas, com delegações de 159 países, que se fizeram representar por 15 chefes de Estado, um vice-Presidente e 124 ministros. Na quinta-feira o secretário-geral da Conferência, Liu Zhenmin, assegurou que o texto da declaração final está fechado e que nele se reconhecem os "impactos devastadores" da pandemia de covid-19 na economia baseada no oceano e, consequentemente, na saúde humana, com um aumento de lixo plástico nos mares. A declaração deve ser adotada na cerimónia de encerramento, entre as 15:00 e as 18:00, depois de um debate, durante a manhã, sobre o objetivo de desenvolvimento sustentável 14, proteger a vida marinha, e a ligação com outros objetivos de desenvolvimento sustentável. Também na quinta-feira em Lisboa o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que a França será a anfitriã de uma nova conferencia das Nações Unidas sobre os oceanos, em 2025, organizada em conjunto com a Costa Rica. Para a história da conferência de Lisboa que hoje termina fica o anúncio da Austrália de investir nos próximos 10 anos 1,1 mil milhões de euros na preservação da Grande Barreira de Coral, ameaçada pelo aquecimento global, ou a promessa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de ajudar a recuperar anualmente um bilião de dólares perdidos por mau aproveitamento e gestão do potencial dos oceanos, a “Promessa do Oceano”. O Quénia, coorganizador da Conferência, anunciou que vai aprovar legislação que cria o crime de “ecocídio”, e a Colômbia a aprovação da ampliação da área marítima protegida para 30%. Portugal, pela voz do primeiro-ministro, assumiu como meta nas energias renováveis oceânicas atingir dez gigawatts de capacidade até 2030 e duplicar o número de ‘startups’ na economia azul. E assumiu também o compromisso de classificar 30% das áreas marinhas nacionais até 2030. No decorrer da conferência da ONU foi também decidida a criação de uma plataforma de cooperação dos países lusófonos para promover a pesca sustentável e combater a pesca ilegal. Marcada por algumas manifestações, uma delas a pedir “menos conversa e mais ação” na defesa dos oceanos, e por uma “conferência alternativa” (“Ocean Base Camp”), de Lisboa ficam ainda apelos ao fim da pesca ilegal e sobrepesca, a compromissos para limpar os plásticos do mar, a mais investimento na preservação, ou a mais conhecimento científico. John Kerry, enviado especial do Presidente dos Estados Unidos para o clima, disse que a guerra na Ucrânia não é desculpa para descuidar a defesa do ambiente, como referira também o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. E os pequenos estados insulares, incluindo Timor-Leste, pediram mais ação para fazer face aos impactos do aquecimento global e à poluição marinha, e apelaram para um tratado global sobre plásticos e a medidas para recuperar a saúde dos oceanos. E um apelo também do secretário-geral da ONU, António Guterres, para que toda a gente pressione os governos e autoridades regionais, empresas e comunidades para a urgência de salvar os oceanos.

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