2021-02-23 09:04:00 Jornal de Madeira

Facebook vai levantar bloqueio na Austrália

O Governo da Austrália disse hoje que o Facebook aceitou levantar o bloqueio aos utilizadores do país, depois de chegar a um acordo em relação à legislação para compensar as empresas de comunicação social australianas. "O Governo foi informado pelo Facebook que tenciona restaurar [o acesso] a páginas de notícias australianas nos próximos dias", afirmaram em comunicado conjunto o ministro das Finanças australiano, Josh Frydenberg, e o ministro das Comunicações, Paul Fletcher. A rede social fundada por Mark Zuckerberg confirmou igualmente, em comunicado, que chegou a um acordo para alterar uma proposta de legislação com o objetivo de obrigar Facebook e Google a pagar pelos conteúdos jornalísticos divulgados. O bloqueio, iniciado em 18 de fevereiro, foi uma reação à proposta de lei aprovada na véspera pela Câmara dos Representantes da Austrália, que obriga as empresas Facebook e Google a pagar compensações aos jornais e meios de comunicação social australianos pelos conteúdos jornalísticos utilizados pelas plataformas digitais. A indignação pública em relação ao bloqueio do Facebook foi notória, até porque foi cortado o acesso, pelo menos de forma temporária, a informações sobre a pandemia da covid-19, aos serviços de saúde e aos serviços de emergência. Os títulos dos jornais australianos chamaram ao caso "Faceblock", numa alusão ao bloqueio e qualificaram a rede como "antissocial". A proposta do executivo australiano vai ter de ser aprovada pelo Senado, que deverá debater já hoje as alterações. Em contraste com o Facebook, o Google reagiu rapidamente ao anúncio de Camberra, fechando acordos de licenciamento de conteúdos com grandes empresas de comunicação social da Austrália sob o modelo News Showcase. O Facebook tinha defendido anteriormente que a proposta legislativa australiana "confunde as relações entre a plataforma [digital] e as publicações que utilizam a rede". Em resposta, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, tinha dito estar disposto a "ouvi-los [Facebook] sobre aspetos técnicos", reafirmando, no entanto, a determinação sobre a legislação.

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