Funchal é a terceira cidade do país em que o preço das casas subiu mais que a inflação
Funchal é a terceira cidade do país em que o preço das casas subiu mais que a inflação, ao registar uma variação anual de 25,9%, em dezembro de 2022 face ao período homólogo. Já o preço por metro quadrado fixou-se em 2.656 euros. Pior que a capital madeirense só Évora (37,5%; 2.000 euros/m2) e Ponta Delgada (36,4%; 1.667 euros/m2), indica um estudo do portal idealista, segundo o qual O preço das casas subiu mais que a inflação em 14 grandes cidades registada no último mês do ano passado. O mesmo se verificou em 20 das 24 cidades portuguesas com mais de 100 mil habitantes. Recorde-se que o furacão da inflação chegou em 2022, mexendo, consequentemente, dinâmica do mercado imobiliário, onde verificou uma escalada dos preços das casas à venda, muito devido ao aumento dos custos da construção, mas sobretudo pela falta de oferta de imóveis residenciais no mercado para a alta procura. “As casas para comprar ficaram 6,4% mais caras em dezembro de 2022 face ao mesmo mês do ano anterior, um salto inferior à subida da inflação registada nesse mês (9,6%), mas os preços das casas evoluíram de forma heterogénea pelos municípios e cidades do país”, esclarece, os dados do índice de preços do idealista. De acordo com este levantamento, neste contexto, comprar casa custava, em termos medianos, 2.475 euros por metro quadrado no final de dezembro de 2022. Este é um valor 6,4% superior ao registado em dezembro de 2021. Por outro lado, as casas ficaram mais caras em 19 capitais de distrito e em 14 cidades os preços das habitações à venda subiram mais do que a inflação registada em dezembro de 2022. Ou seja, mais do que 9,6%. Atentando nos dados divulgados, “foi em Évora onde a subida foi mais expressiva (+37,5%), estando, portanto, 27,9 pontos percentuais (p.p.) acima da inflação. Logo a seguir está Ponta Delgada, onde as casas ficaram 36,4% mais caras entre dezembro de 2021 e o mesmo mês do ano passado. Ou seja, nesta cidade os preços subiram 26,8 p.p. mais do que a taxa de inflação registada no último mês do ano”. Por seu turno, houve ainda mais três capitais de distrito que registaram subidas dos preços das casas superiores a 20% estando, pelo menos, 10% acima da inflação: Funchal (25,9%), Santarém (21,2%) e Aveiro (20,3%), revelam os dados. Por outro lado, contam-se cinco cidades em que os preços das casas subiram menos do que a inflação (9,6%) entre estes dois momentos. São eles: Porto (7,4%), Coimbra (7,2%), Guarda (6,6%), Castelo Branco (5,2%) e Lisboa (3,1%). Já Portalegre foi a única capital de distrito onde as casas para comprar ficaram mais baratas no final de 2022 face ao final de 2021. Entre as capitais de distrito portuguesas, Lisboa (5.147 euros/m2), Porto (3.238 euros/m2) e Funchal (2.656 euros/m2) são as cidades mais caras para adquirir uma habitação. E Portalegre (669 euros/m2), Guarda (799 euros/m2) e Castelo Branco (810 euros/m2) são as cidades mais baratas para comprar casa. Municípios com maiores subidas No caso dos maiores municípios do país, a realidade é semelhante, indica o portal imobiliário. Os preços das casas à venda subiram mais do que a inflação de dezembro (9,6%) em 20 dos 24 concelhos com mais de 100 mil habitantes, revelam os dados do idealista. Funchal (25,9%), Matosinhos (21%), Seixal (20,5%) e Maia (19,7%) foram os concelhos com mais de 100 mil habitantes onde as casas para comprar ficaram mais caras entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022. Estes aumentos são, pelo menos, 10 pontos percentuais acima da taxa da inflação registada no final do ano. Com uma diferença superior a 8 p.p. da inflação está ainda Oeiras, onde os preços das casas subiram 18,5%, Guimarães (18,2%), Leiria (18,2%) e Setúbal (17,9%). Houve ainda três municípios onde os preços das casas subiram a um ritmo próximo ao da inflação de dezembro (cuja diferença entre os dois é inferior a 1 p.p.): Vila Nova de Gaia (10,2%), Amadora (10,0%) e Vila Franca de Xira (9,9%). Observaram-se ainda quatro concelhos com mais de 100 mil habitantes onde, pelo contrário, os preços das casas para comprar subiram a um ritmo inferior ao da inflação de dezembro: Lisboa (3,1%), Loures (4,9%), Coimbra (7,2%) e Porto (7,4%). Destes municípios é em Lisboa, Cascais e Oeiras onde se encontram as casas mais caras de todas para comprar, com preços superiores a 3.500 euros/m2. Já os municípios com mais de 100 mil habitantes com casas à venda a preços mais económicos é Santa Maria da Feira (1.216 euros/m2), Vila Nova de Famalicão (1.247 euros/m2) e Barcelos (1.256 euros/m2).