2021-08-04 05:00:00 Jornal de Madeira

Banca: do fecho de agências ao lucro de 708 milhões

Entre o primeiro semestre de 2020 e o mesmo período deste ano, os cinco maiores bancos a operar em Portugal perderam 240 agências e 1.474 trabalhadores. As contas, ontem, divulgadas pela Lusa tinham sido anunciadas ao JM, em meados de julho passado, pelo presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, Paulo Marcos, que alertava então para o impacto do despedimento de dezenas de quadros regionais que o Santander Totta se prepara para dispensar na Região. Depois de alguma estabilização, o setor bancário – que eliminou mais de dez mil postos de trabalho na última década em consequência das crise financeira mundial de 2008, da crise das dívidas soberanas – viu-se confrontado com a crise pandémica, reduzindo pessoal e instalações. Mas, por detrás desta realidade está também a preferência dos clientes pelos canais digitais. Numa entrevista ao Jornal Económico, o administrador do Banco de Portugal, Hélder Rosalino, reconheceu em junho que a crescente digitalização da economia com o surgimento de novas tecnologias, como a inteligência artificial, o Big Data, o machine-learning e a cloud computing, entre outras, têm vindo a transformar de forma profunda o funcionamento do setor bancário. “Se já era assim antes da pandemia, mais o será no pós-pandemia, dada a aceleração digital a que temos vindo a assistir em todos os domínios. Hoje a experiência digital está no centro dos novos modelos de negócio”, referiu na altura. A pandemia determinou uma rápida alteração de comportamento de consumidores e comerciantes e obrigou a uma adaptação excecional dos diferentes intervenientes no mercado de pagamentos, acrescentava então o administrador do BpD. Com as compras online a dispararem e as operações bancárias via meios digitais a se normalizarem cada vez mais, caiu também o número de agências físicas. No final de junho do ano passado, os bancos contavam em conjunto com 2.343 agências. Em apenas um ano, esse número caiu para 2.103. De acordo com os dados ontem divulgados pela Lusa, a meio deste ano, o BPI contava com 386 agências, a CGD com 543, o Santander Totta com 368, o Novo Banco com 348 e o BCP com 458. Só o Novo Banco reduziu 112 trabalhadores e fechou 10 agências no primeiro semestre. No final do semestre, em Portugal, a CGD contava com 6.515 trabalhadores, o Santander Totta com 5.765, o BCP com 6.937, o BPI com 4.562 e o Novo Banco com 4.448. A gerar apreensão está o plano de reestruturação do Santander Totta. Apesar do presidente da instituição bancária, Pedro Castro e Almeida, assegurar que a reestruturação do banco não está a ser feita contra os trabalhadores, garantindo que grande parte do atual quadro do banco não tem a formação tecnológica necessária para enfrentar os atuais desafios digitais e está envelhecido, o banco prevê prescindir de 1400 colaboradores até ao final do ano. Segundo o Santander Totta, o número de clientes digitais no primeiro semestre aumentou 13,3% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 981 mil (58% do total de clientes de banco principal). Os dados do primeiro semestre revelam que as vendas em canais digitais representam 59% do total, em valores acumulados desde o início do ano, o que representa um aumento de 22 pontos percentuais face ao período homólogo. Certo é que a reestruturação do banco vem engrossar a lista de despedimentos na banca. Aliás, mais de 700 trabalhadores chegaram a acordo para saídas voluntárias, reformas e pré-reformas.

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