2021-12-03 18:52:00 Jornal de Madeira

Costa aceita demissão de Eduardo Cabrita como ministro da Administração Interna

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje ter aceitado o pedido de demissão de Eduardo Cabrita do cargo de ministro da Administração Interna e que "nos próximos dias" indicará o nome do sucessor. António Costa, que falava em Matosinhos, à margem de uma sessão empresarial sobre as Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, disse ter já informado o Presidente da República da demissão. “Eu aceitei o seu pedido de exoneração, já tive oportunidade de o comunicar ao Presidente da República e oportunamente designarei uma personalidade para substituir o Dr. Eduardo Cabrita”, disse. Aos jornalistas, o chefe do executivo precisou que foi Eduardo Cabrita que pediu a exoneração, na sequência da acusação de homicídio por negligência do Ministério Público ao seu motorista pelo atropelamento mortal de um trabalhador da autoestrada A6, em junho deste ano. “Foi o Dr. Eduardo Cabrita que hoje me solicitou o pedido de exoneração. Tenho estado aqui desde ontem [quinta-feira] à tarde (…) Ele a meio da sessão, mandou-me uma mensagem a dizer que precisava de falar com urgência comigo, deu-me notícia de que tinha sido deduzida a acusação e que face a esta circunstância entendia que devia sair do Governo. Ele estava fora de Lisboa, disse que o faria à tarde quando chegasse ao ministério”, esclareceu o chefe de estado. António Costa disse acreditar que o que determinou a decisão de Eduardo Cabrita foi “o tempo da justiça”. “O que determinou o comportamento do ministro foi o entendimento que havendo um inquérito em curso não devia ter qualquer tipo de ação que condicionasse de qualquer forma que fosse o normal exercício das autoridades judiciarias e o funcionamento normal do estado de direito”, disse.   Escusando-se a fazer comentários sobre o caso, António Costa disse, no entanto, existir “um sistema de justiça independente que funciona”. “Depois de muitos meses em que muita gente especulou politicamente. O Governo fez o que lhe competia, que foi respeitar as instituições e deixar que as instituições funcionassem. Vi e ouvi acusações sobre a falta de idoneidade da GNR, falta de idoneidade do ministério Publico”, salientou. E acrescentou, “espero que todos aqueles que fizeram essas acusações tenham bem consciência de que apontaram o dedo erradamente”. Agradecendo os seis anos de colaboração enquanto ministro Adjunto e ministro da Administração Interna, António Costa salientou os “resultados e ganhos em termos de segurança que o país teve ao longo dos últimos quatro anos”. O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, demitiu-se hoje, na sequência da acusação de homicídio por negligência do Ministério Público ao seu motorista pelo atropelamento mortal de um trabalhador da autoestrada A6, em junho deste ano. Numa declaração aos jornalistas, em Lisboa, onde fez um balanço do seu mandato, Eduardo Cabrita referiu-se ao acidente que provocou a morte de um trabalhador na autoestrada dizendo que “mais do que ninguém” lamenta “essa trágica perda irreparável” e deixou críticas ao “aproveitamento político que foi feito de uma tragédia pessoal”, algo que disse ter observado “com estupefação”. "É por isso que hoje não posso permitir que este aproveitamento político absolutamente intolerável seja utilizado no atual quadro para penalizar a ação do Governo, contra o primeiro-ministro, ou mesmo contra o PS. Por isso entendi solicitar a exoneração hoje das minhas funções de ministro da Administração Interna ao senhor primeiro-ministro", disse o ministro demissionário.

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