2021-05-11 12:16:00 Jornal de Madeira

Pedido de insolvência da Groundforce foi precipitado, diz Alfredo Casimiro

Alfredo Casimiro, dono da Pasogal, afirmou hoje ter ficado “surpreendido” com a decisão da TAP de avançar com o pedido de insolvência da Groundforce. Em comunicado, o também principal acionista da empresa de handling considerou que esta decisão teve “o patrocínio do Governo” e considera ter sido precipitada “em nome da ambição política e não do superior interesse do país”. “A decisão da TAP de requerer, com o patrocínio do Governo, a declaração de insolvência da SPDH Groundforce não resolve o problema da empresa. Pelo contrário, agrava-o e adia uma solução”, afirmou Alfredo Casimiro.  “Uma empresa viável e estratégica para Portugal, que dá emprego a 2.400 pessoas, está hoje em risco por causa de decisões precipitadas como esta, fruto de impulso e tomadas em nome da ambição política e não do superior interesse do país”, declarou, acrescentando que as “consequências são óbvias: com a instabilidade que está a ser criada, ambas as empresas, TAP e Groundforce, terão menos condições para iniciar o processo de recuperação económica e financeira à medida que a conjuntura o for permitindo”. No entender do empresário, que revelou só ter tomado conhecimento do pedido de insolvência através da comunicação social, esta medida acabará também por agravar ainda mais o problema da TAP, colocando “em risco” uma companhia “estratégica” para o país. “A Groundforce não é um problema para a TAP. A TAP, sim, é um problema para a Groundforce”, continuoum, considerando que “nenhum dos graves problemas” que a companhia aérea enfrenta se resolverá à custa da empresa de ‘handling’ (assistência em terra nos aeroportos).  “Isso agravará também a situação da TAP e de todos os trabalhadores deste universo”, pode ler-se na mesma nota. Alfredo Casimiro acusa também o Governo de ter “dois pesos e duas medidas, senão mesmo duas caras”: “Usou uma cara para lidar com uma empresa pública que nacionalizou, a TAP, e outra cara para lidar com uma empresa privada que parece querer nacionalizar, a Groundforce”, apelando a que o executivo “se empenhe na defesa intransigente dos interesses das empresas [Groundforce e TAP], dos trabalhadores e da economia e não na promoção de ambições políticas conjunturais”. A administração da Groundforce reitera a sua disponibilidade para encontrar uma “solução que proteja os interesses dos trabalhadores, dos acionistas e, em última instância, do país”. “Pela minha parte, enquanto acionista, utilizarei todos os mecanismos legais ao meu dispor para defender os legítimos interesses da empresa e da Pasogal”, garantiu Alfredo Casimiro. O gestor recorda que assumiu a gestão da Groundforce em 2012, “depois de seis anos de gestão pública, em que a empresa acumulou prejuízos de quase 152 milhões de euros”. Entre 2012 e 2019, acrescenta, “a empresa deu lucros superiores a 28 milhões de euros”. “Salvei a empresa sem despedir um único trabalhador”, afirma, relembrando que, em 2020, por causa da pandemia, pediu ajuda. Alfredo Casimiro diz que, como a ajuda nunca chegou, acabou por decidir colocar à venda a sua participação maioritária na Groundforce. “É com profunda tristeza que me vejo forçado a vender, mais ainda sabendo que estou a passar para mãos estrangeiras uma empresa estratégica para a economia portuguesa”, diz, adiantando que “entre os potenciais compradores que já manifestaram interesse está uma empresa belga que beneficiou de ajudas estatais, na mesma altura em que eu as solicitei em Portugal e me foram negadas”. “Aqui chegados, considero que a Groundforce tem o direito de exigir ao Governo da República que se empenhe na defesa intransigente dos interesses das empresas, dos trabalhadores e da economia e não na promoção de ambições políticas conjunturais”, conclui o gestor. Recorde-se que a Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português e que é acionista minoritário e principal cliente da empresa que presta assistência nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

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