João Pedro Vieira questiona intervenção de líderes partidários nacionais na política regional
João Pedro Vieira, antigo vereador da Câmara Municipal do Funchal, diz que não se lembra "de ter visto a Autonomia da Madeira ser tão condicionada por Lisboa como durante as últimas 72 horas". Numa reflexão sobre o ambiente pós-eleitoral, publicada nas redes sociais, o socialista acusa "os políticos da direita" de ofereceram "o voto do povo da Madeira" a "lógicas de poder nacionais que nada têm a ver" com o território, "nem com o que disseram durante semanas a fio". "Impávidos e demasiado serenos, os madeirenses assistem a tudo isto em silêncio. Uma maioria silenciosa que continua à espera de um sinal: de uma alternativa clara, outra vez, sempre adiada - como as palavras de quem já devia ter falado e, ao fim de três dias, nada diz", considera. Na publicação, João Pedro Vieira refere-se, em concreto, às posições que têm vindo a ser assumidas publicamente pelos líderes nacionais do PSD, do CDS, da IL, do Chega e do PAN. Sobre Luís Montenegro (PSD) diz que "veio à Madeira pronunciar-se sobre os resultados eleitorais em primeira mão, deixando Albuquerque para segundo plano". Em relação a Nuno Melo, diz que o líder do CDS "invoca o direito à resistência ao acordo com o PAN, contrariando Rui Barreto". No que respeita a Rui Ocha (IL), considera que este "clarificou a posição de Nuno Morna para ninguém duvidar: só não houve acordo, porque o telefone não tocou duas vezes". Quando a André Ventura (Chega), pensa que esta "se achou no direito de limitar o direito de qualquer madeirense ser Presidente do Governo Regional, clarificando que Miguel Castro não passa de um fantoche nas suas mãos". Sobre a interferência de Inês Sousa Real, anota o facto de que a porta-voz do PAN "ainda esta noite se pronunciará sobre se aceita ou não o acordo de Mónica Freitas com o PSD". O texto tem como mote a primeira frase do 'Cântico à Madeira', de Tony Cruz, “Madeira és livre e livre serás” e remata com outro verso da mesma canção "Madeira conduz teu povo à verdade, dá todos a luz e a liberdade!".