Ana Paula Bernardo alerta para a necessidade de valorizar os salários médios

Após uma intervenção de abertura com o presidente do PS-M, Sérgio Gonçalves, teve início a convenção propriamente dita com a participação dos oradores José Vieira da Silva, Ricardo Cabral, Ana Paula Bernardo, e Ricardo Freitas, e moderação do deputado do PS-M na Assembleia da República, Miguel Iglésias, que na sua introdução vincou ser inadmissível que mais de 80% dos assalariados da Região ganhem o equivalente ao salário mínimo. Quanto aos milhares de madeirenses que optam por ir embora na sequência de não haver condições de emprego apelativas, Iglésias considera que “se nada for feito de diferente, isto é algo que infelizmente vai continuar.” Ana Paula Bernardo foi o primeiro membro do painel a subir ao púlpito, com uma intervenção em que destacou problemas como a elevada segmentação do mercado de trabalho, que afeta determinados grupos como os jovens, as mulheres e os menos qualificados. Apontou ainda os baixos salários e fraca aposta na qualificação dos trabalhadores, como também a existência de desigualdades de distribuição de rendimentos em geral e a desigualdade entre homens e mulheres. “São problemas que vão persistindo”, lamentou. A nível nacional, acredita que, nos últimos anos, a política de valorização do salário mínimo esteve presente como objetivo "fundamental" no combate à pobreza. Contudo, num quadro de uma dificuldade em valorizar os salários médios, assiste-se à compressão dos salários nos níveis mais baixos, o que faz com que atualmente seja muito reduzida a percentagem de pessoas com salário acima mínimo exigido.