Governo Regional “está a transmitir uma imagem negativa da situação real”, Paulo Cafôfo

Paulo Cafofo, recém eleito presidente do PS/Madeira, esteve na manhã desta quarta-feira na marginal do Funchal, tendo como pano de fundo as atividades turísticas náuticas, abordando, no geral, toda a atividade turística da Região. Deputado na ALRAM, Cafôfo esteve acompanhado dos colegas de bancada Olga Fernandes, Sérgio Gonçalves e Rui Caetano, denunciado tudo aquilo que considera ser uma série de erros do Governo Regional. Inicialmente até reconheceu que “tivemos aqui, felizmente, uma situação muito boa em termos de controlo da pandemia”, mas “depois não podemos estar a dizer que somos um dos destinos mais seguros do mundo e o Governo Regional renova, através de decreto de resolução, a situação de calamidade. Estamos a transmitir uma imagem negativa da situação real, com consequências de cancelamentos de reservas”. “O nosso futuro dependerá daquilo que fizermos agora”, contatou, relevando que “há duas questões muito importantes. Uma é a de não cometermos erros e outra é de os apoios chegarem com rapidez e celeridade às empresas”. Para tal, no entender do líder dos socialistas na Região, “há três objetivos de atuação” que passam por “proteger o emprego, garantir a sustentabilidade das empresas e não perdermos a competitividade enquanto destino turístico”. Nesta equação, Paulo Cafôfo diz que “não podemos também estar a apostar no mercado nacional - e bem, porque é uma boa aposta pela questão da proximidade - e depois os laboratórios e os postos para realização dos testes estão a ser em conta-gotas. Não pode ser, não é esta a resposta necessária. E podemos dar o exemplo dos Açores que logo quando abriram ao exterior, tiveram em todo o território nacional 124 postos para a realização de testes”. “Temos ainda outra questão muito importante, que é a questão dos apoios. Os apoios precisam de ser reforçados e precisam de chegar rapidamente às empresas. Temos a linha do Invest Madeira, de 100 milhões de euros, com uma montanha burocrática que impediu o acesso às empresas e temos uma segunda linha que está difícil de chegar, que é a linha dos 20 milhões. Lembro que foi anunciada em abril, foi dito pelo secretário da Economia que estava a ser desenhada em maio, e veio o vice-presidente dizer que seria concretizada em junho. Já estamos em agosto e é importante que estas verbas pudessem chegar às empresas, por uma questão de liquidez”, criticou também. “É por essa razão que não podemos, como tem feito o senhor presidente do Governo, mandar bocas ao Partido Socialista, a insultar as ações que nós fazemos, porque é o melhor para a nossa terra e para dar a volta a esta situação. E o PS quer dar o seu contributo”, reiterando que o Governo Regional deveria ouvir todos os agentes envolvidos. “Nem pode o senhor presidente do Governo estar a dizer mal dos hoteleiros quando eles criticam, precisamente, os erros e as medidas que têm sido feitas de uma forma errática e outras que nem têm sido feitas”, atesta como exemplo. E não, “isto não há demagogia aqui, quando sabemos que em 76% dos hotéis houve cancelamento de reservas, 65% dos hotéis preveem despedir os seus funcionários. Isto é, quando acabar a lay-off o que irá acontecer a estas pessoas?” “Temos já 15.000 pessoas em situação de desemprego e é o próprio Governo nas suas estimativas qua dizer que podemos atingir as 25.000 pessoas no desemprego. Nada disto é, pois, demagogia”, lembra Cafôfo. Assim, “é importante que quem governa tenha os pés bem assentes na terra, que possa aceitar as contribuições de outros partidos políticos, que possa aceitar a colaboração de quem está no setor”. Ainda para mais, reforça Cafôfo, “quando vamos ter os recursos necessários, porque todas aquelas que foram as reivindicações do Governo Regional ao Governo da República estão satisfeitas”, nomeadamente “a questão do financiamento, as moratórias…”. Assim sendo, “temos que estabelecer prioridades e temos de atuar de forma a que possamos investir muito para manter os empregos”.