2023-03-20 21:59:00 Jornal de Madeira

Jornalistas russos proclamam apoio a Putin após mandado do TPI

O mandado de detenção de Vladimir Putin pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) desencadeou proclamações de apoio ao Presidente russo nas redes sociais, iniciadas por jornalistas da região de São Petersburgo com o mote “TIC! Putin sou eu”. Jornalistas, repórteres e apresentadores do canal televisivo LenTV24 surgem em directo, desde 18 de Março, empunhando cartazes dizendo “TIC! Putin sou eu” e o próprio Serviço de Imprensa do governo da região de Leninegradskaia (São Petersburgo) incentivou a manifestação de apoio. “Queremos dizer aos vinte membros do Tribunal de Haia que no nosso país há muitos Putin. Por exemplo, a redacção do nosso canal televisivo é um Putin colectivo, bem como cada um de nós em separado. Perto de 90 por cento das pessoas que pisam as nossas ruas também são Putin", escreveram os jornalistas no site do canal. "Será que a invasão de tantos Putin não impressiona os vossos olhos? Embora, em breve impressionará, porque ‘Putin sou eu'”, disseram ainda. O lema da campanha sugere o 'eu sou Charlie', em solidariedade com a publicação satírica francesa Charlie Hebdo, alvo de um ataque terrorista em 2015 em França. Nas redes sociais russas surgiram vários outros vídeos de cidadãos comuns mostrando a mensagem veiculada pelos cartazes. Num comunicado, a organização de jovens Molodiojni47 afirmou que “o Tribunal de Haia quer a detenção do Presidente Putin" como "um passo na guerra da informação contra o Estado" russo. "A juventude sempre apoiou e continuará a apoiar o Presidente da Rússia, que se guia pelos interesses da pátria e do seu povo multinacional. Decisões como estas daquele tribunal, bem podem considerar criminosos cada um dos 150 milhões de habitantes da Rússia”, refere a mesma organização, citados pelo jornal online lenta.ru. O TPI emitiu na sexta-feira um mandado de captura contra o Presidente russo por crimes de guerra, pelo seu alegado envolvimento em sequestros de crianças na Ucrânia. O procurador-geral do TPI identificou na sua petição de ordem de detenção de Vladimir Putin a deportação para a Rússia de “pelo menos centenas de crianças de orfanatos e instalações infantis” ucranianos. O britânico Karim Khan alegou que estes atos de deportação de menores ucranianos para a Rússia e a sua adoção por famílias russas “demonstram a intenção de retirar permanentemente estas crianças do seu próprio país”, um ato ilegal contrário às Convenções de Genebra. O procurador-geral referiu ainda que tais atos foram cometidos no contexto de “atos de agressão” do exército russo contra a Ucrânia. O TPI também emitiu um mandado para a detenção de Maria Alekseyevna Lvova-Belova, comissária para os Direitos da Criança no Gabinete do Presidente da Federação Russa por acusações semelhantes.

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