2020-09-19 16:26:00 Jornal de Madeira

Morreu juíza defensora das mulheres e das minorias e crítica de Donald Trump

A juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos Ruth Bader Ginsburg, conhecida pela sua luta em prol dos direitos das mulheres e das minorias e um crítica de Donald Trump, morreu aos 87 anos de "complicações causadas por um cancro do pâncreas".   Em comunicado, o tribunal indicou que a juíza "morreu esta noite [sexta-feira] rodeada pela família, na sua casa, em Washington". O juiz-presidente do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, John Roberts, afirmou que o país "perdeu uma jurista de dimensão histórica". "Perdemos uma colega estimada. Hoje estamos de luto, mas confiantes de que as gerações futuras recordarão Ruth Bader Ginsburg como nós a conhecemos, uma incansável e decidida campeã da justiça", indicou. Em julho, Ginsburg tinha anunciado que estava a fazer quimioterapia para lesões no fígado, a última das várias batalhas que travou contra o cancro desde 1999. Nos últimos anos como juíza do Supremo Tribunal, Ginsburg, conhecida pelas iniciais "RBG", afirmou-se como líder inquestionável da ala progressista da instituição e na defesa dos direitos das mulheres e das minorias, conquistando admiradores entre várias camadas da população norte-americana. A morte da juíza representa um duro golpe para os progressistas norte-americanos e poderá alterar o equilíbrio da instituição em benefício dos conservadores, de acordo com vários observadores. A questão da substituição de RBG vai dominar o final da campanha para as presidenciais norte-americanas, previstas para 3 de novembro. A bandeira dos Estados Unidos foi colocada a meia-haste na Casa Branca para honrar a magistrada Ruth Bander Ginsburg, anunciou a porta-voz Kayleigh McEnany, saudando "uma pioneira para as mulheres". As bandeiras estão também a meia-haste no Congresso norte-americano, anunciou a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi. Perto do Congresso, algumas centenas de pessoas concentraram-se e acenderam velas junto ao edifício do Supremo Tribunal dos Estados Unidos para prestar homenagem a este ícone da esquerda norte-americana, de acordo com jornalistas da agência de notícias France-Presse (AFP). O anúncio da morte de Ruth Bader Ginsburg, conhecida pelas suas iniciais "RBG", abriu uma intensa batalha política a menos de dois meses das presidenciais, com os democratas a recearem que o Presidente norte-americano, Donald Trump, procure substituir a juíza por um outro juiz antes das eleições. O que Donald Trump já fez, ao exortar hoje o Senado a indicar "sem demora" o nome para a vaga do Supremo Tribunal. “Estamos nestes lugares de poder para tomar decisões para as pessoas que nos elegeram”, escreveu Trump no Twitter, acrescentando que “a mais importante é a escolha dos juízes do Supremo Tribunal”. O presidente do Senado, o republicano Mitch McConnell, horas depois da morte de Ginsburg, disse, na sexta-feira, que iria pedir uma votação para quem quer que Trump indicasse. Os conservadores possuem uma maioria no Senado e poderão nomear um juíz alinhado com os seus interesses ainda antes das das eleições, desequilibrando o atual figurino do Supremo Tribunal. O candidato democrata à presidência, Joe Biden, defendeu que qualquer votação deve ocorrer depois das eleições presidenciais de 03 de novembro, à semelhança do que McConnell tinha imposto em 2016 quando os democratas não puderam apresentar um nome para ser escolhido por Obama.    

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