2020-08-12 09:51:00 Jornal de Madeira

Tóquio questiona reconhecimento de vítimas de chuva radioativa em Hiroshima

O governo japonês e a cidade de Hiroshima apresentaram um recurso judicial depois de um tribunal ter reconhecido as sequelas em 84 pessoas atingidas pela chuva radioativa provocada pela bomba atómica em 1945. O recurso é apresentado depois de o Tribunal de Hiroshima ter reconhecido pela primeira vez, no passado dia 30 de junho, que 84 vítimas da "chuva negra" (chuva radioativa) estão dentro dos parâmetros estabelecidos pelas autoridades e que servem de base para a atribuição de apoio médico às vítimas do bombardeamento com bombas atómicas norte-americanas, no final da Segunda Guerra Mundial.  O ministro da Saúde, Katsunobu Kato, disse hoje que o governo recorreu porque a decisão do tribunal "não tem uma base científica suficiente". Mesmo assim, Kato disse que o ministério vai iniciar estudos científicos sobre a expansão da "chuva negra" na zona de Hiroshima e que devem ser depois apresentados aos responsáveis autárquicos da cidade atingida pela bomba atómica, em 1945. As 84 pessoas que apresentaram queixa estavam fora da zona de impacto na altura do bombardeamento, e por isso, para o governo devem ser oficialmente certificadas como vítimas da bomba atómica.   Os Estados Unidos lançaram a primeira bomba atómica no dia 06 de agosto de 1944 sobre Hiroshima provocando a morte a 140.000 pessoas e destruindo praticamente toda a cidade. A segunda bomba atómica atingiu a cidade de Nagasaki matou 74 mil pessoas, antes da rendição do Japão no dia 15 de agosto de 1945.  Os 84 queixosos encontravam-se numa zona situada a noroeste da cidade de Hiroshima onde a chuva radioativa se fez sentir poucas horas depois do impacto da bomba atómica. As vítimas desenvolveram doenças, como cancros ou cataratas, provocadas pela radiação da queda de chuva mas também pelo consumo de água e alimentos, nas zonas contaminadas.   Os queixosos, familiares e apoiantes pediram para a autarquia de Hiroshima não apresentar recurso e apoiar a decisão do tribunal. Mesmo assim, os responsáveis autárquicos disseram que não podiam "ficar contra o recurso" apresentado pelo governo. 

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