PIB regional recupera significativamente em 2021, mas sem alcançar o valor de 2019
O INE, na sua primeira estimativa para o ano de 2021, aponta para uma taxa de variação do PIB na RAM de +8,0%, em termos reais (ou seja, excluindo o efeito da variação de preços), constituindo este o registo mais elevado entre as regiões NUTS II do País e ficando substancialmente acima da média nacional (+5,5%). O desempenho da Região deve-se à forte recuperação dos serviços prestados às empresas, da atividade turística e das atividades que dela dependem. Por ramo de atividade, em 2021, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) das “Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio” (+19,9%) foi o que mais cresceu em termos reais, seguido do “Comércio, transportes, alojamento e restauração” (+14,8%). Saliência também para a Construção, cujo VAB aumentou 7,2%. A análise aos restantes sete ramos de atividade mostra que todos apresentaram crescimento em termos reais, com exceção das “Atividades artísticas e de espetáculos; reparação de bens de uso doméstico e outros serviços”, que registaram uma queda de 1,7%. É de salientar que o ramo da “Administração pública e defesa; segurança social obrigatória; educação, saúde humana e ação social“, cujo VAB tem forte contributo do sector institucional das Administrações Públicas, cresceu 4,4% em termos reais. Quanto ao PIB por habitante, em 2021, o mesmo fixou-se nos 19 300 euros na Região, aquém da média nacional, que foi de 20 847 euros. A Área Metropolitana de Lisboa (26 665 euros) e o Algarve (21 173 euros) apresentaram valores superiores à média nacional, seguindo-se o Alentejo (19 575 euros) e depois a RAM. O Norte (18 166 euros) surge com o PIB por habitante mais baixo, atrás da RA Açores (18 263 euros) e do Centro (18 372 euros). Para a Região, os índices de disparidade do PIB por habitante face à média nacional (PT=100) e face à média da União Europeia (UE27=100) foram de 92,6 e de 69,5, respetivamente. Quanto à produtividade aparente do trabalho, que corresponde ao rácio entre o VAB e o Emprego, esta fixou-se em 34 107 euros, ligeiramente abaixo do valor nacional (37 455 euros). É de referir que o INE deverá apresentar os valores definitivos para 2021 daqui por um ano, sendo que, devido à pequena dimensão da economia da Região, as revisões poderão ser significativas. Dados definitivos para 2020 revelam que a economia da Região sofreu uma queda de -15,4% face ao ano anterior, em termos reais A informação final para o ano de 2020 revela que o Produto Interno Bruto (PIB) regional não ultrapassou naquele ano os 4 449,6 milhões de euros, traduzindo uma queda de 15,4% em termos reais face ao ano anterior. Assim, o desempenho da economia da RAM foi revisto em baixa (a redução do PIB na versão preliminar era de 14,3%) e a variação ficou num patamar substancialmente inferior à média do País (-8,3%). A especialização da economia da RAM em atividades ligadas ao Turismo, fortemente afetado pela pandemia contribuiu para este resultado, bem como para o desempenho da região mais penalizada, o Algarve (-18,3%). No polo oposto, o Centro (-5,7%) foi a região com menor redução real do PIB. O crescimento real em 2020 foi condicionado pelas expressivas quedas no Valor Acrescentado Bruto (VAB) nos ramos das “Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio” (-35,6%) e do “Comércio, transportes, alojamento e restauração” (-34,1%), que constitui o principal ramo de atividade da economia regional. A desagregação a 10 ramos (A10) mostra que apenas a “Informação e Comunicação” (+36,3%), a “Construção” (+0,2%) e a “Agricultura, Silvicultura e Pesca” (+0,1%) escaparam à tendência geral de redução. Em 2020, os índices de disparidade face à média nacional e face à média da União Europeia (UE27) foram de 89,9 e 68,6, respetivamente. De referir que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, a componente principal do investimento) realizada na RAM, em 2020, fixou-se nos 795,0 milhões de euros, o que representou uma queda, face ao ano anterior, de 5,2%, mais pronunciada que a observada no País (-0,8%). Por sua vez, o rendimento disponível bruto (RDB) das famílias da RAM diminuiu 3,5% em 2020, fixando-se em termos per capita nos 12 893 euros, traduzindo um índice de disparidade face à média nacional de 93,8, ou seja, situando-se 6,2% abaixo da referida média. De notar que o RDB das famílias também registou uma queda a nível nacional, embora de menor dimensão (-1,3%).