“O governo nacional não tem nada a dizer?”
O presidente do executivo madeirense não compreende o silêncio do governo central relativamente à greve da Groundforce, considerando inaceitável que os trabalhadores da empresa tenham salários em atraso. “Não existe governo?”, questionou. Depois de elogiar os serviços da empresa de ‘handling’ na Madeira e Porto Santo, Miguel Albuquerque disse que o País está com “um governo em autogestão”, lembrando que o executivo liderado por António Costa é um dos acionistas da TAP e da Groundforce. "O governo nacional não tem nada a dizer sobre esta situação? Não intervém? Não consigo compreender", admitiu Albuquerque que falava aos jornalistas à margem da visita a uma empresa de instalações hidráulicas, ‘Paulo Mendes & Correia’, criada em 1991 Na questão da “TAP, ninguém toma decisões sobre coisa nenhuma”, criticou o governante, frisando que a empresa “continua a perder dinheiro todos os dias e quem vai pagar essa situação são os contribuintes”. Para o chefe do executivo madeirense, “é incompreensível” a falta de iniciativa do Governo de António Costa na situação da empresa de ‘handling’ Groundforce. O presidente do executivo madeirense voltou a “agradecer” publicamente ao pessoal da Groundforce da Madeira e Porto Santo, considerando que “foi excecional, colaborou com o Governo Regional e compreendeu que, numa situação de reabertura das nossas fronteiras”, mesmo com a situação “inaceitável” dos salários em atraso, permitiram que “não tivesse situações de grande gravidade nos dois aeroportos” da região, sobretudo o do Porto Santo. “Colaboraram connosco e fizeram o seu dever”, reconheceu o governante. Recorde-se que a greve de dois dias da Groundforce, no passado fim de semana, cancelou várias centenas de voos nos aeroportos portugueses, afetando sobretudo o de Lisboa. A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pela TAP, que, em 2020, passou a ser detida em 72,5% pelo Estado.