Sonae Financial Services aumentou capital em 30 ME e passa a dar crédito diretamente a clientes
A Sonae Financial Services (SFS), empresa do grupo Sonae de serviços financeiros, aumentou o capital social em 30 milhões de euros em novembro de 2020 e janeiro de 2021 e passou a conceder crédito diretamente aos seus clientes. Segundo o relatório e contas de 2020, divulgado em Diário da República esta quarta-feira, a empresa do grupo Sonae, que opera a marca Universo, teve o ano passado lucros de 300 mil euros, menos 61% do que em 2019. A crise pandémica teve grande impacto na sua atividade, diz a empresa no relatório e contas, mas ainda assim teve em 2020 um volume de negócios de 763 milhões de euros e 13,2 milhões de transações (em ambos os casos acima de 2019) e fechou o ano com cerca de 870 mil clientes, que usam o cartão Universo nas insígnias do grupo Sonae, como Continente e Worten. Ainda de acordo com o relatório e contas, a Sonae injetou no total 30 milhões de euros na SFS através de dois aumentos de capital, um em novembro de 2020 e o outro já em 29 de janeiro, passando o capital social total para 36,5 milhões de euros. "Este aumento de capital tem como objetivo suportar os requisitos de fundos próprios associados à concessão de crédito a clientes Universo", refere a empresa. Em dezembro passado, a empresa pôs fim à relação comercial com o Banco BNP Paribas Personal Finance para concessão de crédito aos clientes Universo, passando a fazê-lo diretamente a partir de fundos próprios. Para a SFS trata-se de uma “opção de crescimento” que lhe dá uma “maior propriedade sobre a relação com os seus clientes, de forma integral, quer quanto a serviços, quer quanto à forma de concretização dessa relação”. Sobre este ano, a empresa da Sonae admite "impactos significativos na atividade" decorrente do estado de emergência dos primeiros meses (com impactos na geração de comissões em operações com cartão Universo e de juros da utilização de crédito), mas considera também que "não é esperado" que tal "coloque em causa a [sua] continuidade" até porque, apesar da redução do consumo, a crise económica leva "a uma escassez de liquidez nos consumidores que poderá gerar oportunidades para a SFS IME aumentar a sua atividade, dada a sua especial ligação às cadeias de retalho do grupo Sonae". Além disso, refere, a SFS não tem dívida aos bancos e tem o suporte financeiro do seu acionista único, "pelo que o Conselho de Administração entende que o princípio da continuidade aplicado na preparação das demonstrações financeiras se mantém válido", lê-se no relatório e contas. Aliás, diz a SFS que "estará atenta a todas as oportunidades de negócio para as quais esteja formalmente habilitada e que possam ser geradoras de valor para o acionista". No fim de 2020, a empresa contava com 97 trabalhadores.