2021-05-13 05:00:00 Jornal de Madeira

Savoy Residence Insular pronto até ao primeiro semestre de 2023

Já arrancaram as obras para o futuro Savoy Residence Insular, um empreendimento residencial “diferente daquilo que alguma vez foi feito na Madeira, quer no seu posicionamento, quer na sua construção” e que “pretende trazer uma nova centralidade ao Funchal”, como explica ao JM o diretor da AFA Imobiliária, Victor Sousa. Nascido a partir de um dos mais emblemáticos edifícios da baixa citadina – a Companhia Insular de Moinhos – o projeto está localizado no quarteirão compreendido pelo Largo do Pelourinho, Travessa da Malta e Rua Visconde de Anadia. Trata-se de um empreendimento constituído por quatro edifícios, com diferentes características e dimensões. Dois bastante contemporâneos e modernos e outros dois que vão manter a traça da arquitetura madeirense. Características que, segundo o responsável, tornam o projeto “único e muito especial” e que vão, efetivamente, “ser um marco na cidade do Funchal”, já que “vai recuperar aquilo que existia, manter o que era identificado por todos e dar um toque de modernidade ao projeto”. Constituído por 47 apartamentos, com tipologias desde o T0 ao T4, com ‘lofts’, ‘duplex’ e ‘triplex’, seis dos apartamentos do empreendimento terão piscina privativa e haverá uma piscina comum no terreno, para todo o condomínio. Uma particularidade é que, apesar de, exteriormente, se verificarem quatro arquiteturas distintas, em planta, “é todo um único empreendimento, onde está tudo interligado entre si e o acesso é comum”, revela Victor Sousa. Neste projeto, o edifício mais alto continuará a ser o antigo armazém da Companhia Insular Moinhos e esse permanecerá intocável quanto ao número de pisos (cinco mais a cobertura). Nas zonas em que houve mais margem para trabalhar – até porque nos edifícios com traça mais antiga os arquitetos tiveram de se cingir à própria arquitetura e componente histórica dos mesmos – a aposta foi para a inovação e arrojo. Na zona virada para o Anadia, os apartamentos serão construídos com vários níveis e com muitas zonas verdes, incluindo muitos jardins verticais interiores. “É um projeto que podia estar em qualquer cidade europeia”, garante Victor Sousa. Vendas lançadas em breve As características do Savoy Residence Insular, bem como a sua localização, fazem do mesmo um projeto de luxo que não será para qualquer carteira. Embora afiance que seja um projeto disponível para quem quiser – querendo desmistificar a ideia de que será só para um mercado estrangeiro – Victor Sousa reconhece que o posicionamento e a forma como foi concebido será inevitavelmente mais atraente para clientes com maior poder de compra e estes, como se sabe, continuam a ser estrangeiros. “Apartamentos com grandes áreas, com piscinas privativas, não é uma coisa que seja muito comum ou procurada pelo cliente local. Contudo, existem outras tipologias, T0 e T1, que, aliadas à centralidade do edifício, já poderão ir ao encontro do poder de compra do cliente regional. Contudo, revela, “haverá determinadas frações que despertarão a atenção de um certo tipo de cliente e outras para outro tipo”. Isto de viver no centro da cidade é uma mais uma valia e, curiosamente, muitas pessoas, não só locais como também continentais, já têm mostrado interesse pelas frações. Nesta fase, ultimam-se todos os preparativos para que seja feito o lançamento das vendas muito em breve. Sem querer desvendar preços, o diretor imobiliário adianta que, para se ter uma referência, “o valor por metro quadrado está posicionado um pouco acima daquilo que é o segmento de luxo na Madeira e abaixo daquilo que seria um investimento equivalente, por exemplo, no centro de Lisboa. Aliás, o que o dono de obra quis fazer foi posicionar-se por forma a que o empreendimento fosse atrativo para um determinado tipo de cliente. “Nesse aspeto penso que vai ser competitivo”, sustenta Victor Sousa. Serviços e conforto garantidos Para além da parte residencial, o empreendimento contará com lojas comerciais, não só no Largo do Pelourinho, como também na rua do Anadia. Criar uma nova centralidade e puxar o movimento “um pouco mais para baixo” é o objetivo do projeto. Já os proprietários dos apartamentos poderão usufruir de todos os serviços que são disponibilizados pela rede de hotéis do Savoy Signature, como por exemplo serviços de limpeza e lavandaria a preços mais reduzidos.   O “ponto de partida” para retornar às vivências do século XV Devido à importância histórica do local onde ficará implantando o Savoy Residence Insular, foi necessário recorrer à ajuda e à sabedoria de quem sabe sobre o assunto. É que, para além de ali terem sido encontrados vestígios arqueológicos dos primórdios do povoamento, nomeadamente o pavimento original da Rua Direita, datado do século XV, bem como as bases da antiga muralha da cidade e do Forte de S. Filipe, toda a zona circundante é carregada de história e é essa memória que o projeto quer avivar e perpetuar com o novo empreendimento. Aliás, foi por esta razão que Daniel Sousa, arqueólogo afeto à Direção Regional da Cultura e que esteve no terreno aquando do início das escavações no Largo do Pelourinho, na sequência da devastação deixada pelo temporal de 20 de fevereiro de 2010, foi convidado a colaborar, com o seu conhecimento, com o atelier de arquitetura autor deste projeto. Na opinião do arqueólogo, este projeto imobiliário do Grupo AFA será o “ponto de partida para retornar às vivências do século XV”, isto é, “transformar aquela zona da cidade como o berço e a zona-chave que foi”. Para além do crescimento do comércio tradicional, o arqueólogo crê que o empreendimento poderá fomentar a realização de fenómenos culturais, como os roteiros, que mostrem a cidade e os seus pontos fortes como a Sé, o Corpo Santo, Santiago Menor, o Forte de São Tiago, o Palácio de São Lourenço ou Forte do Pico. “Será outra vertente a estudar e a dignificar no âmbito da arqueologia e património regional”, considera. Edifício icónico Construído em 1929 para armazenamento, moagem de cereais e fabrico de massas alimentícias, o edifício da Companhia Insular de Moinhos fechou portas no princípio da década de 90 do século passado, na sequência da transferência da empresa para a Zona Franca da Madeira, no Caniçal. Mesmo inativado, a beleza e a arquitetura do edifício, com a sua imponente chaminé, não passavam despercebidas. Adquirido em 2017 pelo Grupo AFA, já com o objetivo da sua requalificação, o edifício ficou destruído em fevereiro de 2019 na sequência de um grande incêndio. Agora vai renascer, mantendo a mesma traça e a sua “famosa” chaminé que, curiosamente, na opinião do arqueólogo Daniel Sousa, pela inexistência de marcas de fumo ou de ter estado exposta a altas temperaturas, nunca deverá ter sido usada como chaminé, mas antes como tanque de água.  

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