2021-03-03 11:09:29 Jornal de Madeira

Taxas pelos serviços de entrega prejudicam lucro dos restaurantes

As comissões cobradas pelos serviços de entrega ao domicílio esmagam o lucro dos restaurantes. Para muitos, esta é a única alternativa para fazerem a distribuição de comida. Os serviços de entrega de refeições são um dos recursos para a restauração fazer o designado serviço de take-away. As últimas medidas de confinamento impostas pelo Governo Regional presentearam o setor da restauração com mais 4 horas de labor, exclusivamente para a confeção de refeições para entrega ao domicílio ao fim de semana. A medida agrada, mas não chega. Para Daniel Marques, responsável do restaurante Deli Burger D’mar, as comissões pedidas pelos serviços são muito altas. “Felizmente, ou infelizmente, nós temos um serviço que faz as encomendas ao domicílio, mas eles pedem bastante. Acontece que é a única forma que temos para vender”, avança ao JM.Para fazer frente aos tempos novos, o restaurante Tropicana começou a fazer take-away e entregas ao domicílio com vista a melhorar a faturação do negócio. “Começámos há pouco tempo para ver se, efetivamente, as coisas melhoravam. Não somos vocacionados para isso, mas há, muito de vez em quando, um cliente que pede”, afirma Ricardo Ruel, proprietário do restaurante Tropicana e da Taberna do Ruel.Para este empresário, é ao fim de semana que há mais afluência aos seus restaurantes. “Eu tenho os dois restaurantes abertos, com alguma clientela, principalmente ao fim de semana. É desta forma que vamos aguentando”. Porém, “o mês de fevereiro foi o prior de sempre. Fazemos um esforço para manter os empregados, mas as margens de lucro são quase zero. Estamos a comprar produtos a cinco euros e a vender a cinco, às vezes menos”.É por isso que o empresário afirma que quem faz as entregas ao domicílio é o próprio restaurante. “Nós não conseguimos fazer parcerias com as entregas porque eles pedem 40% do valor e, em margem de lucro, nós nem temos isso. Quando há alguma entrega para fazer, somos nós que vamos entregar”, lamenta Ricardo Ruel.Apesar de o encerramento dos estabelecimentos ser às 17h00, durante os fins de semana, as entregas ao domicílio podem ser realizadas até às 22h00. Para José Freitas, gerente do Tecnopizza, este alargamento aos fins de semana ajudará a compensar a paragem da restauração. “Às vezes recebíamos pedidos em cima da hora, principalmente aos sábados, quando fechávamos às 17h00, mas não podíamos fazer nada. Agora, com o alargamento até às 22h00, faturamos umas coisinhas valentes”, refere José Freitas.O gerente deste estabelecimento é também o responsável pelas entregas ao domicílio. “Não tenho parcerias para entrega porque eles cobram uma percentagem muito grande. 30% e 32% é um exagero”, garante José Freitas.Na mesma linha, o proprietário do estabelecimento Deserta Pequena afirma que optou por fazer as entregas de forma a não prejudicar os seus trabalhadores. “Inicialmente, pensámos em contratar os serviços de entrega de refeições. Mas, durante este tempo, não nos ia compensar fazer uma parceria com um serviço de entrega e manter todos os postos de trabalho no restaurante. Preferimos optar pelo pessoal para fazer as entregas”, refere Adozindo Barbosa. O empresário avança ainda que não podendo fazer este serviço ao fim de semana “estava a prejudicar o lucro do restaurante”.Para o estabelecimento da Hamburgueria do Mercado, as entregas de refeições são feitas através de três plataformas. “No nosso caso, temos parceria com três serviços”, nomeadamente “Glovo, Bring Eat! e Comer em Casa. Pedem, no máximo, 30%”, informa Sofia Lemos, responsável pelo marketing do estabelecimento.No que toca ao alargamento do horário das entregas de refeições ao fim de semana, Sofia lamenta que esta medida não tenha chegado mais cedo. “É uma ajuda porque é mais um dia em que as pessoas podem pedir e, ao fim de semana, tendem a pedir mais. Nós só não conseguimos compreender a lógica de durante a semana ser até às 22h00 e durante ao fim de semana não ser igual”, afiança ao JM.

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