Inovação e tecnologia: Back(it)up!
Quase diariamente lido que o dilema dos dados irrecuperáveis, são os telefones avariados, perdidos, apagados ou os computadores com dados corrompidos. Sempre tivemos a perceção da salvaguarda das nossas posses, olhando para elas. As fotos do álbum de infância, desde que se mantenham quietas na prateleira, tal como os livros ou discos de música, estão salvaguardados. O mesmo passou a acontecer com o que guardamos no computador, e mais recentemente no nosso telefone, os ficheiros, as fotos, vídeos, emails. Desde que apareçam no local habitual, estão salvaguardados. Não é exatamente assim, da mesma forma que aquela cassete VHS das férias no Brasil estragou porque não foi guardada devidamente, os dados digitais estão sujeitos a se perderem muito mais facilmente do que se pensa. É comum ouvir: “Isso deve estar para aí guardado!” O “aí” é muito relativo, o disco avaria, o suporte magnético desmagnetiza, o telefone avaria no processo de atualização e tem de ser todo apagado, e tudo se perde! Em informática, a cópia de segurança (em inglês: backup) é a cópia dos dados de um dispositivo de armazenamento a outro para que possam ser restaurados em caso da perda dos dados originais. Era algo que se associava apenas aos dados empresariais: “Fazer o Backup do servidor”. As cópias de segurança são geralmente confundidas com arquivos ou cópias primárias dos dados, cópias de segurança são as cópias secundárias dos dados, ou seja, uma duplicação. Passar os dados de um computador para um disco externo, não é fazer um backup, o risco de perda mantém-se, pois continua a ter os dados apenas num suporte. Felizmente, os sistemas de armazenamento de informação têm vindo a evoluir significativamente, o desafio é conseguir aumentar a capacidade de armazenamento, garantindo a segurança dos mesmos. Cada vez guardamos mais dados, se há uns anos vivíamos bem com 128MB de armazenamos, hoje em dia 128GB são muitas vezes pouco para guardarmos tudo o que queremos. Hoje em dia os serviços de armazenamento em nuvem são os que mais garantias oferecem para a salvaguarda dos dados. Embora que ainda muito estigmatizados, pois não sabermos onde exatamente está a informação faz ainda um bocado de confusão. Mas temos de confiar na tecnologia, no entanto, garantir a proteção no acesso aos mesmos. Para isso temos de nos habituar a usar passwords seguras, algo que também ainda não é fácil gerir. Os backups feitos em casa requerem, normalmente, que tenhamos alguma disciplina para os fazer, criar a rotina de copiar os dados regularmente. O mesmo não se passa com os backups em nuvem que são geralmente automáticos. O mundo produzirá cerca de 175 zettabytes (ZB) – um ZB são mil milhões de gigabytes (GB) - de dados até 2025, quase seis vezes mais que em 2018 e o crescimento estimado até final da década muito superior. Estima-se que o tráfego global de data center em nuvem alcance 19,5 zettabytes (ZB) por ano até 2021, um aumento muito significativo em relação aos 6.0 ZB por ano em 2016. Globalmente, o tráfego de data center em nuvem representará 95% do tráfego total de data centers até 2021, em comparação com 88% em 2016. Terminando de ler isto faça uma cópia de segurança do seu telefone ou do computador, assim garanto que este artigo serviu para salvar alguma coisa. Back it up!