2023-11-10 18:48:00 Jornal de Madeira

Governo/crise: Direita e BE questionam presença de Galamba na AR, ministro diz cumprir dever

O PSD, a IL, o Chega e o BE questionaram hoje a legitimidade do ministro das Infraestruturas no parlamento para defender o Orçamento do Estado no parlamento, com João Galamba a afirmar estar a cumprir um dever. As críticas dos partidos tiveram lugar na audição parlamentar do governante na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) e a Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito da apreciação do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), horas depois de o primeiro-ministro ter dito que ia discutir com o Presidente da República a manutenção do ministro. O deputado social-democrata Paulo Moniz abriu as hostilidades, afirmando ter “profunda perplexidade” por o ministro das Infraestruturas estar presente na audição, questionando se João Galamba se iria manter no cargo até o novo governo entrar em funções após as eleições antecipadas de março. O ministro das Infraestruturas foi perentório a afastar a apresentação da sua demissão e a remeter as responsabilidades da constituição do elenco governativo para o primeiro-ministro, defendendo que as questões dos deputados se deveriam centrar no OE2024. O tema surgiu novamente pela voz do deputado do Chega André Ventura que perguntou a João Galamba se considerava ter “condições políticas” para defender a proposta orçamental “depois dos acontecimentos” dos últimos dias. O ministro afirmou que “sim” e disse aguardar “ansiosamente as perguntas sobre o Orçamento”. Pela voz do deputado da IL Carlos Guimarães Pinto a legitimidade de João Galamba foi novamente questionada. “Lamento profundamente a opção do seu governo tê-lo aqui hoje. É confrangedor para os deputados e imagino que também para si”, afirmou o parlamentar. João Galamba ripostou não saber se era “confrangedor” para Carlos Guimarães Pinto, mas que o deputado poderia “ter a certeza que não é confrangedor” para o ministro. “Estou aqui a cumprir um dever. Sou ministro da República, convidado por este parlamento para participar no debate na especialidade e tenciono conduzir esse debate e responder às perguntas com dignidade”, afirmou. O ministro considerou que não lhe é “nada confrangedor” defender um Orçamento em que acredita e no qual participou. “Estou aqui preparado para responder às perguntas que o senhor deputado e todos os senhores deputados quiserem fazer sobre o mesmo”, vincou. Por seu lado, a deputada do BE Isabel Pires recordou que há algum tempo que o partido considera que o ministro "não tem condições para ocupar o cargo e os acontecimentos recentes” reforçam a ideia. Já o deputado do PCP Bruno Pires preferiu não "perder tempo com repetição de argumentos", porque "a questão central é a de ser um mau orçamento e seria mau orçamento com eleições ou sem eleições”. A deputada do PAN Inês Sousa-Real disse preferir centrar-se no debate do OE2024 e o deputado do Livre Rui Tavares não fez comentários sobre o tema. O ministro das Infraestruturas foi constituído arguido no processo que envolve negócios com lítio, hidrogénio e a construção de uma 'data center´em Sines. Na sequência da demissão do primeiro-ministro, o país vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024.

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