OE2024: BE considera “miserável” PS dizer-se de esquerda e abraçar bandeiras da direita
O BE considerou hoje “miserável” que o PS se diga de esquerda quando “está a abraçar todas as bandeiras da direita” no orçamento, defendendo que o Governo não tem mandato para o “ataque ao país” que significa privatizar a TAP. No encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, considerou que este é um “mau orçamento” porque mantém os problemas no SNS, na escola pública, na habitação, na justiça ou na perda do poder de compra, além de continuar a “viragem à direita do Governo do PS”. O dirigente e deputado bloquista acusou o Governo de ter optado por pôr a pagar os impostos quem trabalha e os jovens a pagar para estudar para que se possa “poupar os grandes grupos económicos, a banca e os seus lucros milionários”. “É miserável que um partido assim se diga de esquerda porque, na verdade, está a abraçar todas as bandeiras da direita”, acusou. Na opinião de Pedro Filipe Soares, “a direita resignou à narrativa do Governo” e a “única coisa que têm para dizer é que o Governo lhes roubou as ideias”, considerando que a “direita não conta para o debate do orçamento” porque o “único sentimento que apresenta é de inveja”. Sobre o anúncio de que será o ministro das Infraestruturas, João Galamba, a fazer o encerramento do debate, o líder do BE considerou que, depois te ter passado os dois dias do debate na especialidade "sem responder" a perguntas da oposição sobre a companhia aérea, vai falar no final quando já não hipótese de réplica, o que representa “a arrogância do PS”. Segundo Pedro Filipe Soares, o Presidente da República “tem razão em tudo o que disse no veto” ao decreto de lei do Governo que enquadra a privatização da TAP, mas foi mais longe ao considerar que o executivo de António Costa “não tem mandato” para “fazer mais este ataque ao país” uma vez que a intenção de vender aos privados não vinha no programa do Governo.