2022-07-03 14:46:00 Jornal de Madeira

Montenegro traça sete prioridades e elogia “sucesso” das regiões autónomas

O presidente do PSD, Luís Montenegro, começou hoje o seu discurso de encerramento do 40.º Congresso Nacional do PSD com uma referência às regiões autónomas. A primeira referência do seu discurso foi para Miguel Albuquerque e José Manuel Bolieiro, presidente e vice-presidente da Mesa do Congresso, para quem disse que “o vosso o reconhecido sucesso na liderança dos governos regionais da Madeira e dos Açores são a melhor expressão do compromisso do PSD com o aprofundamento das autonomias regionais”. Com o novo slogan para o encerramento agora a mostrar a frase “Acreditar, Luís Montenegro 2026”, Luís Montenegro entrou na sala do congresso às 13h37, e logo se dirigiu aos congressistas para posicionar o PSD e distanciar-se do PS e dos “populistas”, “radicais”, “xenófobos” e “racistas”. Considerando que “Estado a mais traz ilusões efémeros e pobreza estrutural”, o presidente do PSD afirmou que os social-democratas não são “socialistas moderados”. “Não nos confundam, nem confundam os portugueses. Nós não somos socialistas moderados. Somos e seremos moderados, mas não somos socialistas. E, por sermos moderados, não somos populistas nem radicais, e nunca nos associem a alguma política xenófoba ou racista”. “Não ultrapassamos o muro só para sobreviver politicamente”, apontou. “Sim, estou a falar do PS, de António Costa e dos seus delfins”, numa alusão à formação da geringonça. E garantiu: “Comigo, antes quebrar do que torcer”, prometendo que “jamais” abdicará da social-democracia para “governar a qualquer custo”. Disse ainda que apesar do governo ter apenas três meses, “tresanda a velho”, traçando um cenário de um país onde a saúde está “caótica”, “milhares de alunos não têm professor” e o aeroporto tem “filas terceiro-mundistas”. Depois, Luís Montenegro avaliou o momento que o país está a atravessar, considerando que “se há altura em que o Estado não pode lucrar é agora”, e neste sentido traçou “sete temas orientadores” para o futuro. O primeiro é o combate ao custo de vida, pois as famílias “começam a desesperar”. Com efeito, disse que entre maio de 2021 e maio de 2022, “a eletricidade subiu 25,1%, o gás 37,4%, os combustíveis 26,7%, a carne 16,7%, o peixe 14,4%, pão e cereais 13,5%, rendas 3,1% e aproximam-se tempos mais difíceis para quem tem crédito habitação”. Ainda neste item, defendeu um programa de emergência social, que “pode e deve ser implementado nos próximos tempos em Portugal”. O segundo tema é “o combate ao caos na saúde” e o terceiro é reduzir os impostos como contributo para o crescimento económico. A propósito, o líder dos social-democratas disse que irá apresentar propostas nos próximos meses para a economia, mas já adiantou que o princípio será o do alívio fiscal. O quarto tema passa por políticas para reter jovens e talentos no país, o que passa também por políticas fiscais. Neste sentido, defendeu a proposta de uma taxa máxima de 15% do IRS para os jovens até aos 35 anos, exceto àqueles que estejam no último escalão. O quinto tema é a atração e acolhimento de emigrantes, inclusive para a “administração pública”, devido às projeções demográficas. O penúltimo tema proposto por Luís Montenegro é um pacto sobre a transição digital, energética e ambiental e o último a descentralização e eventual referendo à regionalização do país. O atual “processo de descentralização é um logro e a responsabilidade é exclusivamente do governo”, considerou, esclarecendo, por outro lado, que não apoia um referendo em 2024, como já propôs o PS. Montenegro considera que fazê-lo em 2024 “não é adequado”, por causa das atuais condições sociais do país. “Fazer um referendo neste quadro crítico e delicado seria um erro”, disse. Mas se o PS, ainda assim, decidir avançar, fá-lo-á “sozinho, não terá a cobertura e aval do PSD”.

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