2020-10-19 20:06:00 Jornal de Madeira

Covid-19: OMS insiste na importância de quebrar cadeias de transmissão

Os responsáveis máximos da Organização Mundial da Saúde (OMS) insistiram hoje na importância de os governos quebrarem as cadeias de transmissão da covid-19 e afirmaram-se preocupados com o aumento de casos na Europa e América do Norte. "À medida que o hemisfério norte entra no inverno, assistimos a uma aceleração dos casos - particularmente na Europa e na América do Norte", disse o diretor-geral da organização numa conferência de imprensa online, a partir de Genebra. Tedros Adhanom Ghebreyesus assinalou que à medida que os casos aumentam também aumenta o número de pessoas que precisam de camas de hospitais e de cuidados intensivos, o que resulta numa "situação muito difícil e perigosa, tanto para os doentes como para os profissionais de saúde". Por isso, acrescentou, é importante que os governos se concentrem no essencial para salvar vidas, encontrar os casos, investigar o grupo, isolar todos os casos, colocar em quarentena os contactos, assegurar bons cuidados clínicos e apoiar e proteger os trabalhadores da saúde e as pessoas mais vulneráveis. "Sei que há cansaço, mas o vírus mostrou que quando baixamos a nossa guarda, pode voltar a uma velocidade vertiginosa e ameaçar hospitais e sistemas de saúde", alertou. Michael Ryan, diretor do programa de emergências em saúde da OMS, e Maria Van Kerkhove, responsável da luta contara a epidemia, insistiram também na necessidade do isolamento das pessoas infetadas com a doença bem como os seus contactos, forma de quebrar as cadeias de transmissão. “Sem isolar e manter a quarentena” não é possível combater o vírus, disse a especialista, salientando que a propagação da covid-19 é por vezes muito intensa em determinados locais de cada país, e que são precisas “estratégias e intervenções onde são mais necessárias”. E Michael Ryan, lembrando que na Europa houve um aumento de 50% dos casos de covid-19, que nalguns países chegou a dois terços, com aumento de hospitalizações e de mortes, salientou também a necessidade de quebrar cadeias isolando pessoas infetadas, mas também os seus contactos. “Não é uma prisão, é partir a cadeia de transmissão”, disse, reafirmando que por muito difícil que seja cada contacto de um caso positivo de covid-19 deve ficar de quarentena. Na conferência de imprensa Tedros Adhanom Ghebreyesus anunciou também que 194 países já aderiram à iniciativa que a OMS lidera de acesso universal a potenciais vacinas (COVAX). E anunciou também o início de uma campanha chamada “We Are Family”, para promover a solidariedade e a colaboração globais na luta contra a covid-19. A campanha tem por base a música dos anos 1970 e vai ser trabalhada por Kim Sledge, do grupo de irmãs que lançou o êxito musical em 1979, “Sister Sledge”, e pela organização internacional da área social “World We Want”. Kim Sledge e Natasha Mudhar, fundadora da organização, estiveram na conferência de imprensa. A iniciativa encoraja as pessoas a gravarem vídeos a cantar a música, que depois poderão fazer parte de um vídeo global e que será uma espécie de hino da luta contra a pandemia. “We Are Family” é “um hino global que apela ao que o mundo mais precisa neste momento - solidariedade, unidade e colaboração. Trabalhando juntos, como uma família global, para o futuro”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus. Kim Sledge vai cantar “We Are Family” na abertura da 73.ª Assembleia Mundial da Saúde, a 09 de novembro. A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 2.198 pessoas dos 101.860 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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