Transitários querem apostar na digitalização do setor no rescaldo do congresso
A Associação dos Transitários de Portugal (APAT) apelou a uma aposta na digitalização do setor, um fator "disruptivo e diferenciador", no rescaldo do seu 18.º congresso, que decorreu nos dias 29 e 30 de outubro em Cascais. De acordo com uma nota enviada à Lusa pela direção da APAT, que faz o rescaldo do congresso realizado numa unidade hoteleira daquele concelho do distrito de Lisboa, os congressistas "arriscaram antecipar algumas formas de minimizar" as incertezas que atualmente existem no setor. Assim, os transitários pretendem "focar a atenção no digital para garantir a competitividade no mercado global", já que consideram que "a troca eletrónica de dados é a próxima etapa nas cadeias logísticas". "A digitalização é um desafio, mas também uma oportunidade para o setor transitário pois vai permitir diminuir o tempo de resposta dos operadores e garantir uma maior qualidade e eficiência no transporte", considera a direção executiva da APAT, presidida por António Nabo Martins. Dentro da digitalização, os congressistas apelaram à "utilização de ferramentas tecnológicas que incluam inteligência artificial e 'machine learning'", que "permitirão tomar melhores decisões, mais rápidas e com maior eficiência". "A transformação digital exige novos conhecimentos e preparação por parte dos recursos humanos, que terão que ser requalificados e formados", lembram ainda. Os transitários creem adicionalmente que "o ambiente colaborativo digital é um fator verdadeiramente disruptivo e diferenciador e que constitui uma vantagem para as empresas". "Hoje as empresas, colaboradores, clientes e parceiros convergem, colaboram e comunicam num mundo digital – mundo esse que se pretende que seja um espaço tecnologicamente seguro, ágil, produtivo e envolvente", defende a APAT, que se apresenta como "entidade agregadora deste conhecimento coletivo", estando disposta a "colaborar, intervir e cooperar com todas as entidades públicas e privadas". Fora do âmbito da digitalização, os congressistas consideram também que se deverá passar a "consumir mais perto, pois é espectável que gradualmente, os ecossistemas produtivos vão ser mais próximo do consumo". Os transitários defendem ainda que "o desenvolvimento de sistemas intermodais — com boas ligações entre o tráfego rodoviário, marítimo e ferroviário — permitirá reduzir a emissão de gases com efeito de estufa e criar parcerias competitivas", para o que é necessário ter "estruturas competitivas que assegurem a conectividade". A APAT voltou ainda a reforçar o apelo ao Governo para a criação de uma "Secretaria de Estado, ou mesmo uma Direção-Geral para a Logística e Transportes", bem como a manutenção do foco "numa política económica de investimento em pesquisa e inovação, transporte ferroviário e infraestrutura portuária e aeroportuária". Também é pretendido o relançamento da "dinâmica da implementação da Janela Única Logística, que se estiver integrada numa futura estrutura que faça a ligação com todo o setor, e que permita integração com todos os modos de transporte, seguramente terá maior desenvolvimento", apostam os transitários. A APAT defende também a criação de corredores logísticos, "conectados e que conectem plataformas logísticas, colocando-os ao serviço da produção nacional, para ajudar a viabilizar as empresas instaladas em Portugal, nacionais e multinacionais". É ainda defendida a elaboração de "uma estratégia que deverá passar por termos Portugal como um hub logístico internacional" e ainda o fomento do "conhecimento, inteligência, capacidade tecnológica e governação", através da criação de "infraestruturas necessárias para prosseguir esta estratégia".