2021-08-05 05:00:00 Jornal de Madeira

Região perdeu nómadas com a chegada do verão

Em maio, a Madeira e o Porto Santo receberam cerca de 1.500 nómadas digitais. Entre junho e julho, apenas 700. As férias, o regresso aos países de origem para passar o verão e a conclusão do processo de vacinação são as razões para a quebra da procura. Após uma tendência crescente que começou em fevereiro, desde o mês junho que a Região está a perder nómadas digitais. Os trabalhadores remotos vindos de todo o mundo estarão a aproveitar a época de verão para “férias, voltar aos países de origem para estar com a família e até completarem o processo da vacinação”, justifica ao JM a Startup Madeira. Desde fevereiro, a Região já recebeu mais de 3.000 nómadas digitais, indivíduos que optaram por fazer das ilhas da Madeira e Porto Santo a sua casa provisória, trabalhando remotamente e vivendo o dia a dia como um autêntico madeirense.   Em fevereiro, mês em que a Ponta do Sol foi lançada como a primeira vila nómada do País, a Madeira recebeu 600 nómadas digitais. Entre março e abril, chegaram 1.200, sendo que em maio o projeto teve o seu pico com 1.500 nómadas digitais a viver na Região.   Entre os meses de junho e julho, a Madeira recebeu apenas 700 nómadas digitais, uma quebra que, no mês de maio, a Startup Madeira já fazia prever. Na altura, Gonçalo Hall, consultor do projeto que é também nómada digital, explicava ao JM que estava prevista uma redução do número de pessoas na Região, mas que os ‘working spaces’ se iriam manter abertos para os que desejassem permanecer na Madeira durante este período.   Apesar da quebra anunciada, Startup Madeira acredita que irá voltar a crescer a procura neste outono e inverno, “tendo em conta a situação pandémica nos sítios de origem, as temperaturas favoráveis em relação ao norte da Europa e EUA, ao aumento do número de trabalhadores remotos pelo mundo e a capacidade dos empresários madeirenses em oferecer soluções a este mercado.”   De acordo com a informação facultada ao JM, o projeto Digital Nomads Madeira Islands, desenvolvido pela Secretaria Regional de Economia, através da Startup Madeira, que promove a Região como um dos melhores locais no mundo para trabalhar remotamente, tem até ao momento, 8.216 inscritos na sua plataforma. Os nómadas digitais atraídos por trabalhar na Madeira são provenientes de 105 países, sendo que 1.450 são dos EUA, 964 do Brasil, 775 do Reino Unido, 630 da Alemanha, 406 da Polónia e 309 da República Checa.   Pela sua “dinâmica natural”, o projeto continua a estender-se pela Madeira e Porto Santo “de forma gradual e sustentável”, com o apoio das “entidades privadas que estão a escolher os melhores locais para realizarem os seus investimentos”, refere ainda a Startup Madeira, que sublinha que um dos objetivos principais da iniciativa “sempre foi potenciar o impacto económico sustentável na Madeira”.   Para além da Ponta do Sol, existem nómadas digitais instalados em Santa Cruz, através da iniciativa privada dos HubRemotly, em Machico, pela mão dos Remote East Coasters, no Funchal, na Calheta e, “brevemente, noutras localidades”.   Cumpre recordar que a Secretaria Regional de Economia calcula que o valor médio mensal gasto por nómada digital seja de 1.800 euros, e, nesse âmbito, a tutela estima que, desde fevereiro, o impacto deste nicho de mercado na economia regional seja de 1,5 milhões de euros por mês.

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