Portos da Madeira foram os únicos a aumentar tráfego de mercadorias em 2019
A Região foi a única no todo nacional a apresentar uma variação positiva (1,4%) no tráfego marítimo de mercadorias em 2019, conclui um relatório da Autoridade da Mobilidade e Transportes baseado nas estatísticas produzidas pelas administrações portuárias com jurisdição dos portos comerciais marítimos do Continente. De acordo com este estudo, o tráfego marítimo de mercadorias assegurado pelo sistema portuário comercial nacional ascendeu a 85,3 milhões de toneladas, que traduz um decréscimo de -5,6% face a 2018. Este volume resulta de um volume de 81,9 milhões de toneladas registado no Continente, correspondente a 96%, a que acrescem 1,2 milhões de toneladas da Região Autónoma da Madeira (1,4%) e a 2,2 milhões de toneladas da Região Autónoma dos Açores (2,6%), com estes volumes a refletirem variações respetivas de -5,7%, +2,6% e -5,4%. O relatório assinala ainda, face ao ano anterior, a tendência de evolução traduzida por taxas médias anuais de crescimento, apuradas no período entre 2014 e 2019, de +1,1%, +2,4% e de +3,4%. “Atendendo ao sentido do fluxo das operações, os portos do Continente registaram variações negativas em ambos os fluxos, de -6,7% nos embarques (que representaram 38,8% do total) e de -5% nos desembarques, bem como os dos Açores, com valores respetivos de -7,9% (sendo que os embarques representaram 24,3% do total) e de -4,6%. Na Madeira foram observadas variações positivas em ambos os fluxos, com os embarques a crescerem +0,8% (representando apenas 12,4%) e os desembarques +2,8%”, regista o relatório da Autoridade da Mobilidade e Transportes. Olhando ao tipo de acondicionamento, observa-se que a quota mais significativa em termos de movimento nacional foi a da carga geral, que representou 39,4%. O tráfego internacional representou 88,1% do tráfego, cabendo 56,2% às importações e 31,9% às exportações, com volumes respetivos de 46,1 e 26,1 milhões de toneladas, e 11,9% ao tráfego nacional. Com a cabotagem continental a ser responsável por uma quota de 8,9% - a cabotagem insular com a Madeira foi responsável por uma quota de 1,3% e com os Açores por 1,6% -, o global ascendeu aos 9,7 milhões de toneladas no seu conjunto. O comportamento do movimento portuário por fluxo é traduzido por variações negativas no tráfego internacional, de -5,6% no volume de importações e de -8,4% no de exportações, e cabotagem continental, de -0,3%, sendo positivo em +1,6% no tráfego com a Madeira e de +4,4% no tráfego com os Açores. Lacticínios e gelados no topo No que à cabotagem insular diz respeito, foi movimentado um volume superior a 2,4 milhões de toneladas em 2019, com os dois principais portos envolvidos no serviço de cabotagem a registar variações positiva: +5,2% em Leixões e +5% o de Lisboa, sendo que Sines registou uma diminuição de -1,1%. Deste volume de mercadorias assinala-se que 45% resultaram de tráfego com a Madeira, que cresceu +1,6%, e 55% com os Açores, que cresceu +4,4%. As principais mercadorias desembarcadas no Continente são ‘lacticínios e gelados’, ‘outros resíduos e matérias-primas secundárias’ e ‘produtos da silvicultura e da exploração florestal’ que representam respetivamente 42%, 13,1% e 8,2%, sendo que do Continente para as Regiões Autónomas são embarcados maioritariamente ‘produtos petrolíferos refinados líquidos’, ‘cimento, cal e gesso’ e ‘outros produtos alimentares e produtos de tabaco’, com quotas respetivas de 27,5%, 9,4% e de 6,7%. Registos no MAR crescem 10,2% No segundo registo nacional, o Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR), observou-se em 2019 o aumento do número de registos em +10,2% para um total de 562 navios, a que correspondeu um aumento de +5% em volume de arqueação bruta, para quase 15,7 milhões. A tipologia de navios com maior representação no MAR é a dos Porta Contentores, com uma quota de 45,2% seguida dos de carga geral, com 20,6%, e graneleiros, com 13,2%, sendo que estas tipologias correspondem, respetivamente, a 58,1%, 5,7% e 21,6% do volume total de arqueação bruta. Refira-se que a idade média dos navios registados no MAR é de 11,8 anos, destacando-se, como mais novos, os graneleiros com 7,6 anos e os de Passageiros, sendo os mais velhos, com 30,5 anos.